terça-feira, 30 de outubro de 2007

A 2ª CIRCULAR DE LISBOA mobilidade e barreira

A estrutura viária é um dos elementos fundamentais da organização e forma de uma área urbana.
A hierarquia da rede viária é função da sua qualidade – principal ou distribuidora, ou secundária ou local. Ressalta ainda como qualidade de uma rede viária, a topografia, a exposição ao sol e aos ventos dominantes,
a presença de indústria ou de habitação (tipo de ocupação do território), o fluxo previsto e as expansões.

Ao abordarmos a mobilidade creio ser hoje nosso dever incluir a proposta de circulação pedonal, de ciclovias, de circulação automóvel e de transporte pesado (comboio, barco, avião).

As propostas anteriores geram fluxos de poluições sonora e atmosférica, de tempo gasto em deslocações, stress, insegurança, incidentes, acidentes e conflitualidade social.

A definição de uma nova via implica focos de poluições, segurança e isolamento, cortando o território e gerando novos hábitos e necessidades
(para se atravessar uma via rápida, é normalmente necessário percorrer distâncias quase sempre superiores) que geram isolamento e até segregação social .

Elementos para o estudo de novas vias estruturantes:


· Equipamento urbano
· Impermeabilização dos solos
· Acessos
· Ar
· Água
· Energias
· Águas residuais
· Poluição sonora
· Espaços verdes
· Espaços Naturais
· Espaços
· Espaço verde
· Espaço natural
· Espaço público
· Protecção do Património e do edificado
· Indústrias
· Materiais de revestimento utilizados



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A estrada (2ª circular) funciona como um muro não só de carácter físico “obstáculo” efectivamente ele é intransponível na sua grande parte, mas também como barreira de poluição sonora e atmosférica – basta vermos a orientação dos edifícios; ou voltados de costas para a circular ou protegidos por barreiras acústicas que acentuam ainda mais o carácter de barreira.
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As estatísticas mostram que ao longo do seu traçado a população residente decresceu cerca de 15% entre 1991 e 2001. As freguesias com aumento populacional são a Encarnação (3,8%), o Lumiar (6,5%), a Charneca (9,8%) e Carnide (28,6%).
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A 2ª Circular tem génese no Plano Geral de Urbanização de Lisboa do arquitecto e urbanista Meyer-Heine de 1967 (publicado em 1977).

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Creio ser de aceitar que a 2ª circular vai poder ser transformada em via de circulação local devido a três factos em prospectiva:
· A saída do Aeroporto da Portela.
· A entrada em funcionamento do Eixo N/S
· O fecho da CRIL
A conclusão destas três obras vai reduzir o volume de circulação automóvel que hoje utiliza a 2ª circular para atravessamento da cidade (oferecido pelo eixo, cril e crel), e eliminar quase todo o tráfego com destino ao aeroporto.
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A transformação da 2ª circular em via de circulação local, pode desde logo ser conseguida através do nivelamento de alguns cruzamentos p.ex. com a criação de rotundas.

Lisboa, 26 de Outubro de 2007-10-27

Ernesto Ribeiro Ferreira, 3º semestre de Estudos de Arquitectura e Território, Universidade Moderna.